Hoje gostaria de falar sobre o que nos diferencia dos demais seres da Terra. A capacidade de simbolização.
Sabe-se que foi somente há menos de quatrocentos mil anos, que surgiu o Homo sapiens, e assim como os outros sapiens e também o Homo erectus, este humano moderno emigrou para diversas regiões do globo terrestre, e foi através destas separações populacionais, das mudanças climáticas e de relevo, que por meio de adaptações, se deram as diferenças raciais que hoje conhecemos (GUERRIERO, 2001).
Ao longo de todo esse tempo de evolução, se aceita hoje que a sobrevivência da espécie foi possível graças a uma habilidade em especial: A simbolização. E através desta, possibilitada pelo trabalho e pelo uso de ferramentas, que o Homo sapiens elaborou e aprimorou a linguagem, a qual a princípio era natural (choro, grunhidos, gemidos) e, posteriormente tornou-se cultural, decorrente das relações sociais, do trabalho e isso foi essencial para a evolução humana, assim como Guerriero (2001, p.24) apresenta:
"Não fosse esta extraordinária capacidade de articulação e fabricação de símbolos, provavelmente não teríamos sobrevivido, e se o tivéssemos conseguido, não teríamos diferenças tão marcantes frente a nossos parentes mais próximos. Em outras palavras, não estaríamos aqui contando essa história."
E com isto, dominamos o planeta, e colocamos a natureza sob o nosso domínio, e esta capacidade de simbolização, nos possibilitou então, a abstração, ou seja, pensar naquilo que não está presente; e assim nos deu uma chance de superar algumas limitações impostas pela natureza, àquelas limitações próprias dos animais e que, graças à apropriação da natureza e construção da cultura, o Homo sapiens teve condições de superar e humanizar-se.
Este é um trecho da minha monografia da graduação, mas gostaria de salientar que junto do processo de simbolização o homem também passou a sentir a angústia do 'estar sozinho', o medo do deixar de existir, passando a criar então a figura de entidades metafísicas que olhariam por eles e por suas almas 'imortais'. E este foi o início do pensamento mítico, que pretendo abordar em um próximo post.

