Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
(Este é o meu poema preferido do ilustre Augusto dos Anjos.)
Profundo. Esse poema me traz um sério misto de sensações que não sei descrever muito bem.
ResponderExcluirAcho que já li este poema em algum lugar, alguma vez na vida.
ResponderExcluirNão me é estranho.
Augusto dos Anjos nos dá orgulho de ser brasileiro. Renovou maravilhosamente nossa Literatura. Esse soneto é nitidamente crítico às consternações da época. A metáfora da quimera é fantástica. O ser humano tem uma ambiguidade de homem e animal... como se dissesse a racionalidade e a irracionalidade juntas... é como se elas morressem ao mesmo tempo...
ResponderExcluirgostei do seu blog, vou passar sempre por aqui. :)
sendo assim, para não vomitar escarros é melhor nem beijar mais... eca... eca...
ResponderExcluirrsrs
xD
:P